BEBA
Beba o vinho do presente
e ache a porta, ache o caminho:
encontre o modo — excelente —
de ir mais árduo, de ir sozinho.
Beba o álcool de ser agora
o inacessível da Altura,
de ser o instante, ser a hora,
ser o contorno e a figura.
Beba. E esqueça o enfado de ontem
e os monturos do talvez,
que à sua frente despontem,
que não bastam desta vez.
Beba o vinho do presente,
como um dom do esquecimento,
que ocupa o espaço da mente –
e é distância e pó no vento.
(RS – para MAS)
A primeira estrofe do poema “Beba” reflete bem minha luta para sobreviver sem as quenturas de outras mãos e mentes…Renato, “quantos caminhos pra chegar até a “Alice”.